jueves, 24 de enero de 2013

Aumenta que isso aí é Rock and Roll.

Sem delicadezas, vamos ouvir as meninas do Deap Vally...



E um blues ao estilo de Janis Joplin, mas na real é o Alabama Shakes.


viernes, 4 de enero de 2013

Em homenagem ao Presidente Hugo Chavez, que governa a Venezuela até o limite de sua força e aos mandatários populares da América Latina, um poema de Vinícius de Moraes.

Hasta la victoria siempre. Que viva Chavez!

O Operário Em Construção

Vinicius de Moraes

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

 

domingo, 18 de noviembre de 2012

Dictadura CIVICO-militar


El mismísimo 24 de marzo de 1976, sólo horas después de que aquella Argentina hiciera ingreso en su noche más oscura a causa del golpe de estado militar, un suceso extraño e inesperado tenía lugar en la pequeña localidad de Libertador San Martín, en la provincia de Jujuy, la más boreal del país.

Este pueblito, Libertador San Martín, no es otra cosa que el satélite habitacional de la fábrica más importante que poseé la mega-empresa Ingenio Ledesma, la más importante dentro de un oligopolio de producción y comercialización de azúcar y papel.

De hecho, todos los habitantes del pueblito conocen al pueblo como “Ledesma” y no con el nombre oficial con el que rinde homenaje al prócer argentino. Ese mismo día se inició una cacería en por parte de oficiales de seguridad y del ejército en pos de capturar y secuestrar de manera ilegal a los delegados sindicales de la fábrica.

Y ya en ese mismo momento se ponía en evidencia un hecho contundente: dentro de los límites del ingenio, dichos cazadores se movían utilizando las pickups de la empresa, en una clara demostración de la connivencia entre las fuerzas represivas y la patronal empresaria. Esa tarde no volvieron a sus casas 5 personas. Unos pocos días más tarde también faltó un sexto gremialista, que había escapado de la primera redada avisado por conocidos y amigos.

No terminó allí.

Un par de meses más tarde ocurrió otro hecho inesperado. Un corte de luz, un blackout generalizado y sin preaviso, que se extendió durante varias horas, tanto en la fábrica como en el pueblo. Duró una noche y se repitió durante las siguientes seis. No se trató de una falla o un problema técnico, sino una acción deliberada para aprovechar la complicidad de las sombras y del sueño de los trabajadores para secuestrar otros 30 trabajadores. 29 de aquellos compañeros continúan hoy desaparecidos y solo una mujer pudo contar la historia.

Se la contó 36 años después, en lágrimas y con la piel erizada, al juez Poviña, que esta semana que termina tomó una de las medidas más trascendentales y significativas en el proceso de memoria, verdad y justicia que vive nuestro país.

El juez Poviña dictó el procesamiento del primer civil cuya pertenencia a la casta terrateniente y oligárquica es indubitable: Carlos Blaquier, dueño de Ingenio Ledesma, fue y es uno de aquellos amos y señores que, para imponer su modelo de país basado en la fractura social y la destrucción de las clases medias, no dudó en amparar y darle rienda libre a una banda de mastines sedientos de sangre y cargados de odio que asolaron el país durante 7 años.

Hoy el señor Blaquier enfrenta a la justicia en calidad de procesado. Es el primero. No es el último.

Pruebas contundentes se alzan en contra de empresas multinacionales y sus más altos ejecutivos como los de Ford y Mercedes Benz. Y también en contra de empresas de capitales nacionales, que no dudaron en ensangrentar sus manos en contra de compatriotas para alinearse acríticamente con el poder internacional. 

Argentina está recorriendo este proceso sin la intervención de potencias extranjeras ni siguiendo los dictados de ningún organismo internacional. No necesita de grandes puestas en escena en la Corte de La Haya ni de los juicios sumarios y ahorcamientos televisados como los de Iraq.

Lo único que Argentina necesita es que se sepa toda la verdad. Que los acusados disfruten de todas las garantías del debido proceso, el mismo que le negaron a sus víctimas. Y que los jueces actúen según la ley. 

Es de la única manera en que, de manera genuina, será justicia.

miércoles, 14 de noviembre de 2012

A Esquerda que não se Reconhece na Esquerda

Recente estudo divulgado pelo Banco Mundial, de outubro de 2012, aponta para o inquestionável declínio da desigualdade na América Latina no período de 2000 a 2010. Em grande medida, apesar das distintas orientações políticas entre os países, no caso do Brasil as causas deste fenômeno são atribuídas ao crescimento persistente do PIB e à queda da pobreza, indicadores que estão intimamente ligados às políticas de transferência de renda, aos ganhos reais do salário mínimo e às melhorias na educação e no mercado de trabalho. Depois de duas décadas ostentando os piores indicadores sócio-econômicos se não do mundo, certamente da América Latina, o Brasil inaugura o novo século com grandes conquistas para sua população, reconhecimento e respeito internacionais. As conquistas estão no âmbito econômico, social, ambiental e regional. Esta guinada não se deu de graça. A ruptura com as perversas orientações neoliberais, o olhar atento e respeitoso às necessidades e demandas da população brasileira, a certeza de que a nossa auto-estima tinha urgência de ser resgatada ditou o novo rumo a ser tomado. O reconhecimento destas conquistas nos remete aos riscos implícitos à sua implementação. Mudar a lógica da acumulação brasileira, romper com os mandos do pensamento único, limitar os ganhos financeiros em detrimento dos ganhos sociais foi uma briga não transmitida pelos meios de comunicação, ao menos, não integralmente.

O Partido e os políticos que ousaram importunar as classes dominantes, que tiraram milhões de pessoas da pobreza, que possibilitaram a compra da casa própria e que cercearam os ganhos com especulação financeira têm pago um preço alto por tamanha ousadia. Ingênuo seria acreditarmos que tudo isso ocorreria com naturalidade e serenidade, e que a burguesia brasileira abriria mão de seus privilégios simplesmente por entender que essa era a atitude mais justa. Besteira! Ingenuidade juvenil, imaturidade política! Essas mudanças custaram a liberdade dos dirigentes do Partido, justamente daqueles que dedicaram suas vidas à um Brasil mais justo, mais democrático e mais igualitário.

Os meios de comunicação fazem a vez da oposição que há muito está ausente no debate político, ausente porque sem propostas, sem projetos, sem afinidades com o povo deste país. Os mesmos meios de comunicação que transmitiram o julgamento da AP 470 como uma novela ou um seriado americano, ganhando duplamente, na audiência e na formação de opinião das massas. Transmissão complementada por comentários e “análises” tendenciosas, presentes nos telejornais, nas matérias da mídia escrita e até por similitudes nas cenas novelescas. Algo muito grande está em jogo, se assim não fosse, não se perderia tanto dinheiro veiculando tais cenas, afinal, como diz Pierre Bourdieu sobre a televisão, se minutos tão preciosos são empregados dessa forma, é porque este tema deve ser muito precioso.

Este é o nosso papel, o de olhar este processo com olhos críticos, audazes, e não com olhos de quem assiste novela.

* Texto elaborado a partir da provocação construtiva de colegas do IBGE.

sábado, 13 de octubre de 2012

Por isso gosto dos populistas, não se dão ao trabalho de responder às perguntas porque sabem que a pergunta é só pretexto para desmoralizar, difamar e ridicularizar a esquerda no poder. Nesse vídeo Chavez, o mais democrata dos presidentes (se considerarmos a quantidade de eleições e plebiscitos a que se submete), expõe as frequentes investidas da mídia contra seu governo. As cenas não são indicadas para os assinantes de O Globo.

martes, 9 de octubre de 2012

 O papel de uma universidade não é prover experts para explicar como se soluciona os problemas definidos por aqueles que estão no poder. O papel do pensador é redefinir e questionar os problemas. E perguntar... É esta a maneira correta de perceber o problema? É esse realmente o problema?

domingo, 2 de septiembre de 2012