domingo, 18 de noviembre de 2012

Dictadura CIVICO-militar


El mismísimo 24 de marzo de 1976, sólo horas después de que aquella Argentina hiciera ingreso en su noche más oscura a causa del golpe de estado militar, un suceso extraño e inesperado tenía lugar en la pequeña localidad de Libertador San Martín, en la provincia de Jujuy, la más boreal del país.

Este pueblito, Libertador San Martín, no es otra cosa que el satélite habitacional de la fábrica más importante que poseé la mega-empresa Ingenio Ledesma, la más importante dentro de un oligopolio de producción y comercialización de azúcar y papel.

De hecho, todos los habitantes del pueblito conocen al pueblo como “Ledesma” y no con el nombre oficial con el que rinde homenaje al prócer argentino. Ese mismo día se inició una cacería en por parte de oficiales de seguridad y del ejército en pos de capturar y secuestrar de manera ilegal a los delegados sindicales de la fábrica.

Y ya en ese mismo momento se ponía en evidencia un hecho contundente: dentro de los límites del ingenio, dichos cazadores se movían utilizando las pickups de la empresa, en una clara demostración de la connivencia entre las fuerzas represivas y la patronal empresaria. Esa tarde no volvieron a sus casas 5 personas. Unos pocos días más tarde también faltó un sexto gremialista, que había escapado de la primera redada avisado por conocidos y amigos.

No terminó allí.

Un par de meses más tarde ocurrió otro hecho inesperado. Un corte de luz, un blackout generalizado y sin preaviso, que se extendió durante varias horas, tanto en la fábrica como en el pueblo. Duró una noche y se repitió durante las siguientes seis. No se trató de una falla o un problema técnico, sino una acción deliberada para aprovechar la complicidad de las sombras y del sueño de los trabajadores para secuestrar otros 30 trabajadores. 29 de aquellos compañeros continúan hoy desaparecidos y solo una mujer pudo contar la historia.

Se la contó 36 años después, en lágrimas y con la piel erizada, al juez Poviña, que esta semana que termina tomó una de las medidas más trascendentales y significativas en el proceso de memoria, verdad y justicia que vive nuestro país.

El juez Poviña dictó el procesamiento del primer civil cuya pertenencia a la casta terrateniente y oligárquica es indubitable: Carlos Blaquier, dueño de Ingenio Ledesma, fue y es uno de aquellos amos y señores que, para imponer su modelo de país basado en la fractura social y la destrucción de las clases medias, no dudó en amparar y darle rienda libre a una banda de mastines sedientos de sangre y cargados de odio que asolaron el país durante 7 años.

Hoy el señor Blaquier enfrenta a la justicia en calidad de procesado. Es el primero. No es el último.

Pruebas contundentes se alzan en contra de empresas multinacionales y sus más altos ejecutivos como los de Ford y Mercedes Benz. Y también en contra de empresas de capitales nacionales, que no dudaron en ensangrentar sus manos en contra de compatriotas para alinearse acríticamente con el poder internacional. 

Argentina está recorriendo este proceso sin la intervención de potencias extranjeras ni siguiendo los dictados de ningún organismo internacional. No necesita de grandes puestas en escena en la Corte de La Haya ni de los juicios sumarios y ahorcamientos televisados como los de Iraq.

Lo único que Argentina necesita es que se sepa toda la verdad. Que los acusados disfruten de todas las garantías del debido proceso, el mismo que le negaron a sus víctimas. Y que los jueces actúen según la ley. 

Es de la única manera en que, de manera genuina, será justicia.

miércoles, 14 de noviembre de 2012

A Esquerda que não se Reconhece na Esquerda

Recente estudo divulgado pelo Banco Mundial, de outubro de 2012, aponta para o inquestionável declínio da desigualdade na América Latina no período de 2000 a 2010. Em grande medida, apesar das distintas orientações políticas entre os países, no caso do Brasil as causas deste fenômeno são atribuídas ao crescimento persistente do PIB e à queda da pobreza, indicadores que estão intimamente ligados às políticas de transferência de renda, aos ganhos reais do salário mínimo e às melhorias na educação e no mercado de trabalho. Depois de duas décadas ostentando os piores indicadores sócio-econômicos se não do mundo, certamente da América Latina, o Brasil inaugura o novo século com grandes conquistas para sua população, reconhecimento e respeito internacionais. As conquistas estão no âmbito econômico, social, ambiental e regional. Esta guinada não se deu de graça. A ruptura com as perversas orientações neoliberais, o olhar atento e respeitoso às necessidades e demandas da população brasileira, a certeza de que a nossa auto-estima tinha urgência de ser resgatada ditou o novo rumo a ser tomado. O reconhecimento destas conquistas nos remete aos riscos implícitos à sua implementação. Mudar a lógica da acumulação brasileira, romper com os mandos do pensamento único, limitar os ganhos financeiros em detrimento dos ganhos sociais foi uma briga não transmitida pelos meios de comunicação, ao menos, não integralmente.

O Partido e os políticos que ousaram importunar as classes dominantes, que tiraram milhões de pessoas da pobreza, que possibilitaram a compra da casa própria e que cercearam os ganhos com especulação financeira têm pago um preço alto por tamanha ousadia. Ingênuo seria acreditarmos que tudo isso ocorreria com naturalidade e serenidade, e que a burguesia brasileira abriria mão de seus privilégios simplesmente por entender que essa era a atitude mais justa. Besteira! Ingenuidade juvenil, imaturidade política! Essas mudanças custaram a liberdade dos dirigentes do Partido, justamente daqueles que dedicaram suas vidas à um Brasil mais justo, mais democrático e mais igualitário.

Os meios de comunicação fazem a vez da oposição que há muito está ausente no debate político, ausente porque sem propostas, sem projetos, sem afinidades com o povo deste país. Os mesmos meios de comunicação que transmitiram o julgamento da AP 470 como uma novela ou um seriado americano, ganhando duplamente, na audiência e na formação de opinião das massas. Transmissão complementada por comentários e “análises” tendenciosas, presentes nos telejornais, nas matérias da mídia escrita e até por similitudes nas cenas novelescas. Algo muito grande está em jogo, se assim não fosse, não se perderia tanto dinheiro veiculando tais cenas, afinal, como diz Pierre Bourdieu sobre a televisão, se minutos tão preciosos são empregados dessa forma, é porque este tema deve ser muito precioso.

Este é o nosso papel, o de olhar este processo com olhos críticos, audazes, e não com olhos de quem assiste novela.

* Texto elaborado a partir da provocação construtiva de colegas do IBGE.

sábado, 13 de octubre de 2012

Por isso gosto dos populistas, não se dão ao trabalho de responder às perguntas porque sabem que a pergunta é só pretexto para desmoralizar, difamar e ridicularizar a esquerda no poder. Nesse vídeo Chavez, o mais democrata dos presidentes (se considerarmos a quantidade de eleições e plebiscitos a que se submete), expõe as frequentes investidas da mídia contra seu governo. As cenas não são indicadas para os assinantes de O Globo.

martes, 9 de octubre de 2012

 O papel de uma universidade não é prover experts para explicar como se soluciona os problemas definidos por aqueles que estão no poder. O papel do pensador é redefinir e questionar os problemas. E perguntar... É esta a maneira correta de perceber o problema? É esse realmente o problema?

domingo, 2 de septiembre de 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

Bauman disse... Na vida há dois valores essenciais que são absolutamente indispensávies: Um é segurança o outro é liberdade. Segurança sem liberdade é escravidão, liberdade sem segurança é o caos. E chama isso de "ambivalência da vida". Toda civilização é uma troca, não se pode trocar muita liberdade por segurança, tampouco podemos trocar toda a segurança por tanta liberdade.

Sobre a condição do indivíduo no mundo pós-moderno compara as relações virtuais com o conceito de laços humanos, comunidades. Qual a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede o indivíduo, este nasce numa comunidade. A rede é o oposto da comunidade, ela é mantida por duas atividades diferentes, uma é conectar, a outra é desconectar. E essa é a atratividade deste novo tipo de amizade, é fácil de desconectar. É fácil se conectar com muitas pessoas, mas a grande atratividade é a facilidade de desconectar, sem maiores dores. As conexões off-line, frente a frente, olho no olho são muito difíceis de romper, são eventos muito traumáticos, tem-se que explicar, eventualmente mentir, justificar... Na internet é tudo mais fácil, é só deletar. Ao invés de 500 amigos você terá 499, mas isso é temporário, porque amanhã você terá outros 500.

Segue a entrevista.


lunes, 23 de julio de 2012

Na Grécia nasceu a democracia, na Grécia está morrendo a democracia

As políticas neoliberais, postas em prática inicialmente em grandes ditaduras, porque não eram compatíveis com democracias ocidentais, não prescindiram da participação do Estado e de suas funções reguladora e intervencionista, ao contrário, só puderam ser implementadas porque existiam mecanismos estatais fortes. "O neoliberalismo só consegue funcionar se o Estado exercer um papel regulador extremamente forte", disse Zizek.


É um sistema que se mantém democrático somente na superfície, onde as elites financeiras vivem dos recursos do Estado, as primeiras a acusarem o setor público.

A América Latina já conhece esta história. É inacreditável que a Europa não busque na nossa experiência as consequências da adoção destas políticas.

Programas de austeridade fiscal? Pacotes do FMI (Troika)? Privatizações? Diminuição de salários? Desemprego? Pobreza? Perguntem à Argentina e Brasil o que acham disso....

sábado, 30 de junio de 2012

Periodismo cómplice



Este periodismo, asociado de manera espuria al poder, ocurrió solo en Argentina durante junio del 2003?

No es el mismo tipo de periodismo canalla, delincuente, que inculpó a activistas chavistas en Venezuela durante los sucesos del fallido golpe de abril en 2002?

No es el que continúa ocurriendo todavía hoy, en otras geografías de nuestra América, en otras operaciones, sesgando, filtrando datos, presentando medias verdades (que no son otra cosa que medias mentiras)?

Nos quedamos con Jefferson: "la fuerza de la opinión pública es irresistible cuando se le permite expresarse libremente"



domingo, 24 de junio de 2012

Lugo NO lo hizo



Y esa es su gran responsabilidad.

Desde todos los foros de opinión con sesgo progresista, de izquierda, digamos bien pensantes, escucho y leo lo reprobable, lo ilegítimo y lo detestable de los procedimientos y métodos en el juicio político e inmediata expulsión de Lugo de la presidencia de Paraguay.

Puede ser. Todo muy sucio, muy cuestionable. Dos horas de exposición para presentar su defensa. Contubernios internos entre colorados y liberales. Etcétera, etcétera y más etcétera. Todo muy impuro y muy poco serio. Como los hijos no reconocidos del ex obispo.

Pero, déjenme decirlo, uno de los principales responsables de poner a sus colegas del Mercosur en la difícil búsqueda de argumentos ostensibles para denegar la participación del nuevo gobierno paraguayo en las próximas cumbres del Mercosur, en particular la de Mendoza, es Fernando Lugo.

Más de 4 años “pidiéndole prestados” votos a supuestos aliados en el Congreso paraguayo.

Más de 4 años sin cumplir ni una de las promesas centrales de la campaña que lo llevó a la presidencia, en particular ni un movimiento en pos de la reforma agraria.

Más de 4 años sin una estrategia eficaz, ni siquiera visible, de construcción política, o aunque más no sea simple aglutinamiento de sectores de afinidad que le permitan un plafón político desde el cual permitirse la toma de decisiones más autónomas.

Una nueva (y redundante) lección dejan los hechos recientes en Paraguay: a las salvajes e inescrupulosas derechas latinoamericanas no se las gobierna siendo tibio, timorato o ultra institucional; frente a ellas muchas veces se requiere estar preparado para hundirse un poquito en la mierda.
   
Los salvadores allendes latinoamericanos  sólo les sirven a los profesores de historia. Pero no les sirven a los que les tienen que servir, los pobres y los desposeídos, en particular los del sufrido pueblo paraguayo.

Quizás Lugo no debía irse. Permítanme opinar que no debe volver. Al menos no sin antes leer y aprenderse de memoria todos los diarios argentinos desde el 25 de mayo de 2003 hasta por lo menos el 10 de diciembre de 2007.

Que vuelva Néstor y su Escuela del 22%.

sábado, 16 de junio de 2012

Decadencia porteña

A chegada em Buenos Aires foi divinamente decadente. Um bar no bairro La Boca com comida genuinamente portenha, uma espécie de botequim, que os cariocas tanto gostam. Dizem que por lá passaram, Coppola, Mick Jagger e Bono Vox (dizem que também o Rei Juan Carlos da Espanha já esteve por lá, mas prefiro as referências musicais e cinematográficas citadas anteriormente).
A fachada é péssima, assusta, mas o clima lá dentro é das grandes cantinas italianas, com familias barulhentas e garçons enturmados.

A FACHADA DO EL OBRERO


O BOLICHE

No outro dia, Cafe de los angelitos. É uma café tradicional de Buenos, é o lado mais turístico sem ser cafona. Tem shows de tango, estilo internacional e uma boa comida. Parece que era cena de encontro de políticos e artistas, como o Tortoni e tantos outros cafés portenhos.




Depois de tanto luxo, o Marcelo me levou ao Café de Garcia, do outro lado da cidade, em Villa Devoto. Este é um boteco tradicional, pequeno, com mesas de bilhar e sinuca, velhinhos tomando café e falando sobre futebol. Como diz um bloggeiro, "refugio para os itens obsoletos". Lugar simples e familiar, bom lugar para comer uma picada.



Mas o ponto alto da viagem foi a lareira que o Marcelo instalou no apartamento para nos aquecer.... E ouvi dizer que é o melhor lugar para se fazer uma pizza na pedra.


Houve um jantar em família num restaurante em Palermo Hollywood chamado Miranda, com boa carne e bons vinhos.


Por fim um cinema argentino e a volta ao Rio. Buenos Aires é tudo.

martes, 27 de marzo de 2012

Impunidad e...?

Buenos Aires, Argentina, 2004

Porto Alegre, Brasil, 2012

Cuánto tiempo puede un pueblo tolerar la impunidad de crímenes gravísimos?

Cuál es la distancia para que un proceso social, político y filosófico no aprenda lecciones dejadas por otro análogo?

Pronto lo sabremos.

martes, 20 de marzo de 2012

Panes de Queso


Lo difícil, lo más difícil, sin duda, es conseguir en Buenos Aires al ingrediente central de los paes de queijo: el polvilho azedo.

Vaya usted a la despensa, al mercado, a la feria y pida, suelto de cuerpo, un kilo de polvilho azedo. Y mire luego la cara del vendedor. Es imposible. Y sin polvilho azedo, no hay pan de queso.

El secreto, lo regalamos a nuestros lectores, consiste en irse a un "todo suelto" porteño, uno de esos boliches donde venden desde copos de maíz hasta ciruelas sanjuaninas desecadas, y pedir fécula de mandioca o también, almidón de mandioca. Ese es el ignoto "polvilho azedo". Compre un kilo.

El resto es sencillo: hervir en una olla una taza de agua, dos de leche y 3/4 taza de aceite de maíz, agregando una cucharada sopera bien completa de sal fina.

Se deja calentar hasta hervir, revolviendo de vez en cuando, y en un bol se vuelca el kilo de polvilho. Cuando la mezcla hirvió, se vuelca así, muy caliente, sobre el polvilho mientras se revuelve. Se obtendrá una mezcla grumosa que no termina de amalgamarse. Todavía falta algo: saque 5 huevos de la heladera y casque cuatro de ellos en la mezcla. El quinto lo reservamos esperando a ver como aglutina cuando empezamos a amasar.

Amasamos mucho esta mezcla, podemos agregar un poco más de sal y si vemos que la masa no termina de aglutinar, agregamos el quinto huevo. En este punto la masa debería separarse limpiamente del bol, si no ocurre es que nos pasamos un poquito con el huevo, y hay que agregar un poco de polvilho.

Ahora agregamos tres tazas de queso rallado común, tipo reggianito. Seguimos amasando y mezclando hasta lograr consolidar y hacemos bollitos de unos cuatro centímetros de diámetros para colocarlos separados entre sí un centímetro en una bandeja para hornear. O en una bandeja para freezar y cocinar más adelante.

25 a 30 minutos en horno bien caliente y, voilá!, paes de queijo cariocas para acompañar el mate. Eso. Tango y samba.

.

sábado, 10 de marzo de 2012

Diferencias y parecidos

O Globo - Capa do 1ro abril, 1964
"Ressurge a Democracia"(???!!!)

Clarín - Tapa del 24 de marzo de 1976
"Total Normalidad" (???!!!)

Para la misma enfermedad...
el mismo remedio?

en Brasil?


martes, 28 de febrero de 2012

Verde dentro del verde


En pleno corazón de la cidade maravilhosa, que me esperaba con su sonrisa interminable y su alboroto multitudinario, emergió un oasis de naturaleza y tranquilidad en el que pude caminar y disfrutar eso que todos los argentinos envidiamos tanto de Brasil: su color y su tersura.
Sintiéndome invitado, recorrí su camino, su trilha, haciendo caso omiso del calor, al amparo de la sombra de abricós de macaco, eucaliptos, jaqueiras, canelas y las impresionantes palmeiras imperiales, altas y señoriales como yo nunca había visto.

Distintos perfumes aparecieron en el camino. Distintos sonidos me acompañaron. Tuve la oportunidad de detenerme a disfrutar y refrescarme en las fuentes y observar con detenimiento los íconos que pueblan su superficie: reverenciar a pau brasil, padre vegetal de un país grande y feliz.

El riguroso parque japonés, en contraposición con un Lago de Pescadores relajado e informal. La fuente de las musas, a la que convergen los árboles más representativos de la mata costera. Centenares de historias únicas y misteriosas en la unión de cada trilha, en cada banco.

En el bromeliario conocí combinaciones de colores nunca antes vistas. Hojas carnosas y robustas protegiendo un centro húmedo y vital. En el vivero de las plantas insectívoras aprendí sobre la impertérrita violencia vegetal, que se satisface nutriéndose de pequeños insectos desatentos.

Pobres de aquellos que se sientan atraídos a la belleza de sus estambres o sus gineceos.
Y, finalmente, en el orquideario conocí la belleza majestuosa y sagrada: diseños perfectos de la naturaleza, sutil invitación a quedarme, a permanecer, a resistir el impulso a arrancarlas y llevarlas conmigo hacia otros rumbos.

Coincidencia. Lo mismo que me pasa con Cosita.

miércoles, 8 de febrero de 2012

O Lado do Samba

Cedo ou tarde esse dia iria chegar.... Marcelo decidiu vir ao Rio.

A minha estada em Buenos Aires, devidamente registrada neste blog, veio acompanhada de mil dicas de passeios não turísticos pela cidade, mil roteiros experimentados, mil relatos do período em que fiquei em San Telmo sendo mimada pelo Marcelo. Agora ele vem ao Rio, em pleno carnaval, e preciso recebê-lo com o mesmo carinho com que fui recebida em Buenos.

Hoje em dia, o carnaval no Rio é uma confusão. Os blocos de rua invadiram a cidade que recebe jovens em busca de novas experiências, em busca de novos prazeres, em busca de bebida e de momentos idílicos que justifiquem sua rotina pelo resto do ano. Assim a cidade fica inviável, intransitável, mal cheirosa e estressada.

Bons aqueles tempos em que o carnaval era feito para os apreciadores do bom samba, da cerveja gelada, do desfile das Escolas na Sapucaí, do clima fraterno e familiar. O tempo em que samba era sinônimo de Cartola, de Noel Rosa, de Ary Barroso, Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, e tantos outros imortais.

Cartola (1908 - 1980) era cantor, compositor e violinista, um dos maiores sambistas da música popular brasileira. Nasceu no Catete mas, porque a família ficou muito grande, foram todos para o Morro da Mangueira, onde fez amizade com outros "bambas" e se iniciou no mundo da boemia, da malandragem e do samba. Em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira e compôs o primeiro samba da escola "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 30, nas vozes de Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.

De 40 a 56 Cartola viveu no anonimato. Foi encontrado por um jornalista como lavandor de carros em Ipanema, quando retornou à cena. Em 64 ele e Dona Zica, sua nova esposa, abriram um restaurante na Rua da Carioca (Zicartola) que promovia encontros de boa música e boa comida, reunindo a juventude da Zona Sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou suas portas algum tempo depois.

No final de 1970 mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá onde morou até a morte, em 1980.

Pensando em Cartola, como um cartão de boas vindas para o Marcelo, coloco dois links do que há de muito bom em matéria de música no Rio. O primeiro.... Mestre Cartola cantando "As Rosas não Falam", especialmente dedicado ao meu argentino. O segundo, Rosa Passos, uma intérprete maravilhosa, cantando "Acontece", com voz sussurrada esta imortal música de Cartola.


As Rosas Não Falam:
http://www.youtube.com/watch?v=te2HfDsXcXs




Acontece (de Cartola, cantada por Rosa Passos):
http://www.youtube.com/watch?v=rzNNhpAzEuE

A Bossa Nova vem no próximo Post, afinal.... é carnaval.

domingo, 29 de enero de 2012

Un feo en Buenos Aires



Edmundo era alto, muy alto, y sus proporciones no eran precisamente las de Apolo. Tenía las manos muy grandes y una cara enorme, siempre prolijamente adornada por un bigote. En la calle, con su andar lento y parsimonioso, intimidaba a los que no lo conocían. Pero a poco de ponerse a hablar, se descubría en él a un enorme bonachón, un grandote dulce y, además, un arcón lleno de anécdotas y vivencias tejidas en la Buenos Aires de los años de oro.

Había nacido en el suburbio, hijo de un jefe de estación ferroviaria que quería una familia culta y educada. Y mandó a todos sus hijos a la escuela y a la academia de música. Allí Edmundo conoció a Schopin, a Wagner, a Mozart. Pero mantuvo la delicada y criteriosa actitud de no olvidarse de los lugares en los que se movía.

Clases de guitarra clásica a la mañana. Y milongas, arrabales y cuchilleros al anochecer.
Así, este grandote feo y bueno, recorrió cuanta cantina, cabaret y pulpería pudo. Allí donde la pampa y el gauchaje tejen su encuentro con la ciudad. Allí donde vuelcan sus mercaderías, sus granos y sus vacas, pero también sus costumbres, su identidad y su música. Edmundo absorbió amablemente estas costumbres y supo amalgamarlas con la música del riachuelo, esa rara mezcla de candombe, copla andaluza y canzonetta napolitana.

Sus comienzos en el tango fueron difíciles, porque le tocó en suerte una voz muy grave para el estilo que se cultivaba en su época, ese estilo agudo y alto de los Corsini o los Magaldi. Pero no arrugó frente a los sucesivos NO que los directores le dispensaron y siguió con su cuarteto de guitarras recorriendo la noche. Hasta que se cruzó en su camino José De Caro, luego Horacio Salgán y finalmente el enorme Aníbal “Pichuco” Troilo, con los que se convirtió en los 50 y 60 en uno de los cantores más prestigiosos y más respetados de Buenos Aires.

Era un verdadero hombre del arte y la cultura, con una mente abierta (dentro de la sociedad y la época en que se movía) y con intereses amplios, que supo reconocer que la milonga, el lunfardo y el arrabal conforman un todo armónico e indisoluble que es la marca de agua del tango rioplatense.

En 1969, cuando ya era un prócer, fundó junto a amigos, en la esquina de Independencia y Balcarce, en pleno corazón de San Telmo, un boliche al que llamó como lo que realmente había sido (además de Hospital Británico y Comisaría), “El Viejo Almacén”, por el que luego pasarían centenares de personajes célebres, desde Juan Carlos de Borbón hasta Caetano Veloso, para conocer y homenajear al Feo, que nunca pretendió de ese boliche un lugar para estafar turistas sino un lugar de reunión y celebración de la identidad porteña.

Piazzolla y Borges lo ungieron cantor de su impecable obra “El Tango” con piezas de colección como Milonga para Jacinto Chiclana.

El video que abre este post pertenece a esa dorada pero ya irreversiblemente ida época del tango de la que Edmundo Rivero fue actor principal.

.

domingo, 8 de enero de 2012

Short Cuts em Buenos Aires

Perto do Bar Only, tem uma casinha que dizem ser a casa mas pequeña da Argentina. Não sei bem se da Argentina, de Buenos Aires ou do mundo, mas aí vai a foto:

Na Casa Rosada está havendo uma exposição com fotos tiradas ao longo dos governos do Néstor e da Cristina Kirchner:


O Reveillon em San Telmo não foi desanimado. É claro que não tem a pirotecnia que temos aqui no Rio, mas em todos os lugares do mundo há gente querendo se divertir, e depois de cozinharmos e cearmos na casa do Marcelo, fomos para a rua, onde jovens cantavam, tocavam instrumentos, dançavam e se enamoravam. Uma bela forma de se começar o ano....



Depois da Ceia, uma caminhada por San Telmo com direito a champagne...



 No dia seguinte fizemos um passeio pelo campo, disfrutamos o dia na Estancia La Porteña de Areco. Um dia com boa comida, contato com a natureza e tempo para descansarmos. Talvez Marcelo conte a história da tradição do campo argentino.... talvez. Segue link e fotos...

O assado....

A música...

A vida boa....

O por do sol...

Hora de voltar para o Brasil....

sábado, 7 de enero de 2012

Secreto Flamenco


La relación de Buenos Aires con su madre patria, España, empieza por la relación de Buenos Aires con Andalucía. Con la región geográfica de la península que en primer lugar dedicó hombres y recursos para ponerlos al mar y cruzar el océano.

Brasileños y extranjeros en general, pero especialmente aquellos que aprendieron castellano en España, o a la manera española, notan que una diferencia principal entre la dicción peninsular y la sudamericana es que aquí no usamos la zeta. Esa zeta suave y clara que implica poner la punta de la lengua entre los dientes. Tan Castellana. Tan Leonesa. Tan Aragonesa.

Aquí hablamos con eses. Con zumbidos. Con palabras no terminadas. Con finales digeridos.

Por qué? Cabe preguntarse.

Fácil. Escuche hablar a un “andalú”. Si es genuino. Si salió de un barrio de Sevilla. Si visita las cuevas del cante en Huelva o Jaén, no conoce las zetas. Cosas del norte, dice.
Avenida de Mayo, en Buenos Aires, esconde algunos secretos de ese sur español, tan particular, tan cercano. Algunas herencias secretas.

Si hay algún lugar donde el cantejondo tiene una comunidad propia, una autonomía y una potencia destacable, por fuera de la propia Andalucía, ese es Buenos Aires.

Hay que recorrer Avenida de Mayo entre Lima y San José, caminar lentamente, percibir el ambiente español, entrar a preguntar en el Hotel Castelar cuándo se alojó ahí el gran Federico García Lorca, caminar el 36 Billares una tardecita y meterse hasta los fondos, donde los hijos, nietos y bisnietos de aquellos andaluces charlatanes y amables se arremolinan a jugar mus, sentarse a tomar una caña en Ávila y terminar la noche en Cantares. Es una faceta desconocida para turistas extranjeros.

Qué buena idea!!…

Terminar la noche en Cantares…

Eso.

Buenas noches!

lunes, 2 de enero de 2012

Sissi en Buenos Aires


En una esquina límite de San Telmo se levanta un magnífico edificio de esos a los que los porteños, en su carrera diaria detrás de las obligaciones y los trámites, suelen ignorar. Se trata de Perú y Avenida Belgrano, donde se yergue el Edificio Otto Wolf.

Los mandatarios de su construcción fueron dos representantes del Imperio Austro-Húngaro, Nikolas Mihanovich y Otto Wolf, y el objetivo del mismo era albergar la sede diplomática de dicho Imperio. Ya antes de su construcción la esquina en la que se emplaza era emblemática, por ser el solar de la casa de la familia Del Pino, virrey español de Buenos Aires en la época previa a la independencia. Luego de aquello y antes de convertirse en el predio actual, en esa esquina se encontraba la vivienda y por lo tanto Embajada del Reino de Portugal.

Su arquitecto fue Morten Rönnow, danés, quien se propuso utilizar el estilo Jugenstil, una suerte de Art Noveau, pero en su versión germánica, aunque no de manera estricta, pues se encuentran detalles renacentistas y neogóticos.

Es un edificio impresionante, con algunas características notables: por ejemplo ocho rústicos hombres de granito de cinco metros de altura que sostienen el pórtico lateral, que en la arquitectura clásica se llaman Atlantes (si fueran mujeres como las que sostienen la Acrópolis, serían Cariátides). Cada uno de ellos representa un oficio de construcción, herrero, albañil, carpintero, etc, pero misteriosamente en la ochava de la esquina aparece el jefe de obra, es decir el mismísimo Rönnow. También hay bellos cóndores, osos, loros, lechuzas, etc.

La otra característica notable se aprecia en su totalidad si uno impone distancia y alza la cabeza: en el séptimo piso y escondiendo dos tanques de agua de emergencia para ser utilizados en caso de incendio se construyeron dos torres rematadas en dos enormes y bellas agujas de bronce: una con el sol y la otra con la corona representando al matrimonio de Francisco José y la emperatriz Sissi, es decir la alianza entre Austria y Hungría.




Notablemente, cuando el Edificio Otto Wolf estuvo definitivamente finalizado, en 1918, el Imperio al que representaba ya había dejado de existir.




.